Mas afinal qual a melhor corda, que nos trará o melhor timbre, o melhor brilho?Lembre-se que isso é uma questão muito importante na hora de tocar, então alem de consultar tutorais e matérias sobre o assunto, o mais importante é tirar a “prova real”, testando cada corda em sua guitarra.
A arte de escolher a corda certa
Por Paula Bifulco
Saber escolher o encordoamento certo para sua guitarra é uma arte! Em virtude da grande variedade de marcas e especificações disponíveis no mercado, ficamos confusos no momento de optar pelo jogo de cordas mais adequado.
Cordas possuem materiais variados, tipos de enrolamentos específicos e calibres diferentes. Todas essas especificações associadas ao modelo do seu instrumento, ao estilo musical e principalmente a sua “pegada” – ajudam a definir o tipo mais apropriado a ser escolhido.
Materiais Variados
Pure Nickel: revestimento em níquel com núcleo de aço. Esse material é magneticamente fraco, o que resolvemos com uma aproximação maior dos captadores. A característica é de um som mais “vintage” por apresentar mais suavidade e menos saída.
Nickel Plated Steel: revestimento em níquel e aço com núcleo de aço. Pelo fato de conter o aço na liga de revestimento, os encordoamentos com referido material oferecem uma maior tração magnética. Produzem maior intensidade de volume na captação da vibração das cordas. É o mais utilizado por guitarristas.
Stainless Steel: revestimento de aço inoxidável em núcleo de aço. Essa liga de aço promove um som mais limpo, com volume acentuado e muito brilho. Oferece também uma durabilidade maior, sua tração magnética é muito forte afetando a captação natural da vibração da corda, dependendo da proximidade do captador. Esse tipo de material é um pouco mais rígido e não tão suave ao toque.
Gold: Desenvolvida recentemente pela indústria alemã, a corda é banhada a ouro 24 quilates em núcleo de aço. Oferece um som rico e brilhante. Esse tipo de material diminui os efeitos de corrosão, e a liga é antialérgica.
Além da variação de materiais, o mercado disponibiliza cordas revestidas que custam um pouco mais que as convencionais. Os encordoamentos do tipo “longa vida” prometem maior proteção das cordas, mais durabilidade e maciez.
Tipos de Enrolamentos Específicos
O enrolamento refere‐se ao tipo de revestimento que envolve o material liso, ou seja, o núcleo que é o material principal.
Roundwound: arredondado interna e externamente.Aspereza ao toque, brilho, volume e alta sustentação.
Tipo mais utilizado e de custo relativamente baixo.
Flatwound: plana interna e externamente. Corda totalmente lisa, muito usada por jazzistas em guitarras
acústicas e semi‐acústicas. Possui baixo atrito e pouca intensidade de volume e ataque. Boa opção para sons limpos.
Groundwound ou Half‐flat: arredondada interna e lisa externa. Tentativa de idealizar uma corda Flat soar como uma Roundwound. Possui um pouco mais de brilho que a Flat.
ambos. Promove um timbre mais preciso melhorando a qualidade tonal das cordas. É menos confortável e causa desgaste maior dos trastes.
Calibres Diferentes (gauges)
O calibre (gauges) das cordas refere‐se ao diâmetro da mesma. Mas no que isso interfere? Timbre,
tocabilidade e ajustes.
Usualmente apresentado em polegadas, o calibre do jogo de cordas é indicado pela primeira corda,a mais aguda. Ou seja, no jogo .010 a “mizinha” é quem possui essa medida como referência.Existe uma variação de medidas de: .008 até 0.14 polegadas. Desta forma, a de menor numeração é considerada como extra‐light e a de maior calbre, a ultra‐heavy ou jazz.
Os jogos híbridos são encordoamentos que misturam medidas de dois jogos: uma .009 híbrida contém as primas desse jogo na medida tradicional e os bordões de numeração de um jogo .010. É Ideal para quem gosta de vibratos e bends macios com um som mais pesado para tocar os bordões.
Medidas de jogos que diferem do padrão tradicional, são considerados híbridos. Ainda existem
cordas com valores intermediários de medidas: .0095 polegadas.
‐ Timbres ‐
Encordoamentos de calibres maiores, aplicam uma tensão maior no instrumento. O que oferece mais volume e sustentação da nota (sustain) – um som mais encorpado. Tensões altas vibram em maior freqüência provocando movimentos ondulatórios mais curtos na corda. Propiciando menor probabilidade de trastejamento .
Já as cordas de calibres menores oferecem um som mais magro e anasalado, dependendo da diminuição da bitola. São cordas de baixa tensão, vibrando com menor freqüência – aumentando as chances de trastejamento com a ampla ondulação das mesmas.
‐ Tocabilidade ‐
Quanto menor o diâmetro da corda, menor a tensão – a corda fica mais leve, e mais macia no
braço, facilitando a utilização de bends, vibratos.Com o aumento do calibre nota‐se a necessidade de exercer maior pressão sobre as cordas. A alta tensão dificulta a tocabilidade. Neste caso, o músico necessita de adaptação a nova espessura das cordas.
‐ Ajustes ‐
A opção por um jogo de cordas de calibre maior ou menor, em relação ao instrumento, atente para
alguns ajustes:
- Adaptação das cavidades do nut (pestana)
- Ajuste no tensor
- Regulagem da altura dos carrinhos da ponte
Com relação a marcas, a variedade é imensa – marcas nacionais e internacionais. O custo baixo ou
custo alto, cada qual com características distintas com méritos e deméritos. O quesito de gosto
pessoal é relevante! Leve em consideração as informações desta matéria, tente compreender melhor as especificações técnicas das embalagens dos encordoamentos. E defina um critério de escolha das marcas disponíveis.
Escolher o encordoamento certo envolve conhecimentos específicos que são levados em consideração. O mais importante é saber que não existe uma fórmula que definirá o que é bom ou ruim. As tentativas de acertos e erros são os seus principais aliados nessa busca incansável: priorize em primeiro lugar o seu estilo musical. E não abra mão do conforto da “pegada” na hora de partir para a arte de tocar guitarra!